Autores: Ângelo Jesus; Maria João Gomes, Agostinho Cunha, Agostinho Cruz
Resumen cedido al Blog por sus autores, del trabajo del mismo nombre publicado en la Revista Iberoamericana de Educación a Distancia (RIED) Vol 17. No 1 (2014)
Introdução
A avaliação dos ambientes virtuais de aprendizagem, pode ser
definida como a
aplicação sistemática de procedimentos para determinar, a
relevância, a efetividade e o impacto de determinadas atividades, a partir dos
objetivos propostos e com base em critérios pré-definidos (Laguardia, Portela e
Vasconcellos, 2007).
Neste sentido a avaliação não deve apenas ficar restrita à
tecnologia, mas deve estenderse à interacção entre os AVA e os utilizadores no
processamento da informação num determinado contexto social, pois essa
interacção determina como ocorre a
incorporação das tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem
(Ammenwerth, Gräber, Herrmann, Bürkle e König, 2003).
No contexto da presente
investigação, e com base nos pressupostos anteriores, pretende-se que a
avaliação de AVA possa tomar como base as condições em que a aprendizagem se realiza,
os modos pelos quais os estudantes são capazes de interagir sendo apoiados nas
suas atividades e o alcance dos objetivos e das metas propostas. Formas
qualitativas de avaliação de AVA têm sido comummente usadas por investigadores
para reunir informações sobre os AVA (Tobin e Fraser, 1998), nomeadamente
através de observação, os estudos etnográficos, as entrevistas e estudos de
caso.
Contudo, a utilização de instrumentos padronizados de avaliação, traz
consigo uma outra dimensão de fidelidade e validade estatística que permitem um
olhar adicional sobre diversos aspectos relacionados com a avaliação de
ambientes de aprendizagem, complementando e enriquecendo as abordagens de
carácter mais qualitativo. Nesse sentido, têm sido desenvolvidos e validados em vários países inquéritos por questionário, com o
objectivo de recolher informações para avaliação dos ambientes virtuais de
aprendizagem.
Estudos prévios (Jesus, Cruz e Gomes, 2011) debateram já esta
problemática e alertaram para a inexistência de um instrumento desta natureza,
validado na língua portuguesa. No
presente estudo é abordada a tradução e adaptação da Versão Portuguesa Reduzida
do Web Based Learning Envirnoment Inventory (WEBLEI), um instrumento desenhado
para a avaliação quantitativa de AVA.
Metodologia
A tradução das 3 escalas do WEBLEI, seguiu a metodologia
proposta por Almeida e Freire (2008). O questionário foi construído na
plataforma SurveyMonkey® e disponibilizado através de um URL. Mil e trinta e um
indivíduos acederam ao questionário, sendo que 694 completaram o preenchimento
da primeira escala, 660 completaram o preenchimento de duas escalas e 577
indivíduos, oriundos de diversas instituições de ensino superior portuguesas,
preencheram a totalidade do questionário. Em qualquer um dos casos, a amostra
foi superior aos 300 indivíduos, estipulados por Almeida e Freire (2008).
Resultados
O estudo da fidelidade foi realizado
através da determinação do coeficiente Alfa de Cronbach. Uma boa consistência
interna deve exceder um α de 0,80 mas são aceitáveis valores acima de 0,60
quando as escalas têm um número muito baixo de itens (Hill e Hill, 2008;
Ribeiro, 1999).
Uma vez que as três escalas do WEBLEI são independente, o
cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach foi efectuado tendo por base os números
indivíduos que responderam a todas as questões de cada escala. Os valores do
alfa de Cronbach obtido são abonatórios de uma boa consistência interna para as
três escalas do WEBLEI. Verifica-se-se ainda que, na totalidade dos casos, o α
desce quando os itens são excluídos, o que significa que quando estão presentes
melhoram a homogeneidade da escala. Os valores obtidos indicam uma boa
consistência interna no processo de tradução adaptação e validação da versão
reduzida do WEBLEI para Português, sendo inclusivamente superiores aos
relatados no estudo original (Chang e Fisher, 2001).
A análise factorial foi efectuada atendendo ao critério de decisão
de Guttman-Kaiser (valores próprios >1.0) e revelou a existência de 5
factores. A análise em componentes principais foi seguida de rotação varimax.
Neste caso e considerando os construtos teóricos do questionário original –
critério à priori (Hair, Black, Anderson e Tatham, 2007) - foi forçada uma
extracção em 3 factores. Os 3 factores retidos explicam 58,11% da variância
total. Este valor encontra-se acima dos 50%, considerados necessários por
Streiner (1994) e é superior à média de 56,6% encontrada por Peterson (2000).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Tal como referido inicialmente, foram
objectivos principais deste trabalho, traduzir, adaptar e aferir a validade e
fidelidade de uma versão portuguesa reduzida do WEBLEI. Tendo em conta os
resultados apresentados neste artigo, as medidas do WEBLEI parecem reflectir os
construtos que pretendem medir — o que constitui um indicador de validade de
construto.
Os três construtos obtidos, são os esperados conceptualmente e podem
ser claramente identificados como Acesso, Interacção e Estruturação e
Design. Em termos de consistência interna, foram igualmente encontrados
valores satisfatórios para as três escalas. Verifica-se ainda que, na
totalidade dos casos, o α desce quando os itens são excluídos, o que significa
que quando estão presentes melhoram a homogeneidade da escala. Também as correlações
item-total apresentam valores satisfatórios, contribuindo para uma análise
positiva da consistência interna do instrumento. Com base nestes resultados,
espera-se que a versão Portuguesa reduzida do WEBLEI, possa constituir um
instrumento fiável para a avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem.
Para citar esta entrada:
Jesus, A.; Gomes, M. J.; Cunha, A. Cruz, A. (2014). Validade e fidelidade da versão portuguesa reduzida do web based learning environment inventory. RIED. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, volumen 17, nº 1, pp. 179-199.
Ângelo Jesus; Instituto Politécnico do Porto e Universidade do Minho (Portugal)
Maria João Gomes; Universidade do Minho (Portugal)
Agostinho Cunha, Instituto Politécnico do Porto (Portugal)
Agostinho Cruz Instituto
Politécnico do Porto (Portugal)
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