Escriben: Ângelo Jesus; Instituto Politécnico do Porto e Universidade do Minho (Portugal)
Maria João Gomes; Universidade do Minho (Portugal), Agostinho Cunha, Instituto Politécnico do Porto (Portugal), Agostinho Cruz Instituto
Politécnico do Porto (Portugal) Resumen cedido al Blog por sus autores, del trabajo del mismo nombre publicado en la Revista Iberoamericana de Educación a Distancia (RIED) volumen 17, nº 1, pp. 179-199.
Introdução
A avaliação dos ambientes virtuais de aprendizagem, pode ser
definida como a aplicação sistemática de procedimentos para determinar, a
relevância, a efetividade e o impacto de determinadas atividades, a partir dos
objetivos propostos e com base em critérios pré-definidos (Laguardia, Portela e
Vasconcellos, 2007).
Neste sentido a avaliação não deve apenas ficar restrita à
tecnologia, mas deve estenderse à interacção entre os AVA e os utilizadores no
processamento da informação num determinado contexto social, pois essa
interacção determina como ocorre a
incorporação das tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem
(Ammenwerth, Gräber, Herrmann, Bürkle e König, 2003). No contexto da presente
investigação, e com base nos pressupostos anteriores, pretende-se que a
avaliação de AVA possa tomar como base as condições em que a aprendizagem se realiza,
os modos pelos quais os estudantes são capazes de interagir sendo apoiados nas
suas atividades e o alcance dos objetivos e das metas propostas.
Formas
qualitativas de avaliação de AVA têm sido comummente usadas por investigadores
para reunir informações sobre os AVA (Tobin e Fraser, 1998), nomeadamente
através de observação, os estudos etnográficos, as entrevistas e estudos de
caso. Contudo, a utilização de instrumentos padronizados de avaliação, traz
consigo uma outra dimensão de fidelidade e validade estatística que permitem um
olhar adicional sobre diversos aspectos relacionados com a avaliação de
ambientes de aprendizagem, complementando e enriquecendo as abordagens de
carácter mais qualitativo.
Nesse sentido, têm sido desenvolvidos e validados em vários países inquéritos por questionário, com o
objectivo de recolher informações para avaliação dos ambientes virtuais de
aprendizagem. Estudos prévios (Jesus, Cruz e Gomes, 2011) debateram já esta
problemática e alertaram para a inexistência de um instrumento desta natureza,
validado na língua portuguesa. No
presente estudo é abordada a tradução e adaptação da Versão Portuguesa Reduzida
do Web Based Learning Envirnoment Inventory (WEBLEI), um instrumento desenhado
para a avaliação quantitativa de AVA.
Metodologia
A tradução das 3 escalas do WEBLEI, seguiu a metodologia
proposta por Almeida e Freire (2008). O questionário foi construído na
plataforma SurveyMonkey® e disponibilizado através de um URL. Mil e trinta e um
indivíduos acederam ao questionário, sendo que 694 completaram o preenchimento
da primeira escala, 660 completaram o preenchimento de duas escalas e 577
indivíduos, oriundos de diversas instituições de ensino superior portuguesas,
preencheram a totalidade do questionário. Em qualquer um dos casos, a amostra
foi superior aos 300 indivíduos, estipulados por Almeida e Freire (2008).
Resultados
O estudo da fidelidade foi realizado
através da determinação do coeficiente Alfa de Cronbach. Uma boa consistência
interna deve exceder um α de 0,80 mas são aceitáveis valores acima de 0,60
quando as escalas têm um número muito baixo de itens (Hill e Hill, 2008;
Ribeiro, 1999). Uma vez que as três escalas do WEBLEI são independente, o
cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach foi efectuado tendo por base os números
indivíduos que responderam a todas as questões de cada escala. Os valores do
alfa de Cronbach obtido são abonatórios de uma boa consistência interna para as
três escalas do WEBLEI. Verifica-se-se ainda que, na totalidade dos casos, o α
desce quando os itens são excluídos, o que significa que quando estão presentes
melhoram a homogeneidade da escala. Os valores obtidos indicam uma boa
consistência interna no processo de tradução adaptação e validação da versão
reduzida do WEBLEI para Português, sendo inclusivamente superiores aos
relatados no estudo original (Chang e Fisher, 2001).
A análise factorial foi efectuada atendendo ao critério de decisão
de Guttman-Kaiser (valores próprios >1.0) e revelou a existência de 5
factores. A análise em componentes principais foi seguida de rotação varimax.
Neste caso e considerando os construtos teóricos do questionário original –
critério à priori (Hair, Black, Anderson e Tatham, 2007) - foi forçada uma
extracção em 3 factores. Os 3 factores retidos explicam 58,11% da variância
total. Este valor encontra-se acima dos 50%, considerados necessários por
Streiner (1994) e é superior à média de 56,6% encontrada por Peterson (2000).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Tal como referido inicialmente, foram
objectivos principais deste trabalho, traduzir, adaptar e aferir a validade e
fidelidade de uma versão portuguesa reduzida do WEBLEI. Tendo em conta os
resultados apresentados neste artigo, as medidas do WEBLEI parecem reflectir os
construtos que pretendem medir — o que constitui um indicador de validade de
construto.
Os três construtos obtidos, são os esperados conceptualmente e podem
ser claramente identificados como Acesso, Interacção e Estruturação e
Design. Em termos de consistência interna, foram igualmente encontrados
valores satisfatórios para as três escalas. Verifica-se ainda que, na
totalidade dos casos, o α desce quando os itens são excluídos, o que significa
que quando estão presentes melhoram a homogeneidade da escala. Também as correlações
item-total apresentam valores satisfatórios, contribuindo para uma análise
positiva da consistência interna do instrumento. Com base nestes resultados,
espera-se que a versão Portuguesa reduzida do WEBLEI, possa constituir um
instrumento fiável para a avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem.
o
Para citar esta entrada:
Jesus,
A.; Gomes, M. J.; Cunha, A. Cruz, A. (2014). Validade e fidelidade da versão
portuguesa reduzida do web based learning environment inventory. RIED. Revista
Iberoamericana de Educación a Distancia, volumen 17, nº 1, pp. 179-199.
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