miércoles, 2 de noviembre de 2016

Validade e fidelidade da versão portuguesa reduzida do web based learning environment inventory

Autores: Ângelo Jesus; Maria João Gomes, Agostinho Cunha, Agostinho Cruz 
Resumen cedido al Blog por sus autores, del trabajo del mismo nombre publicado en la Revista Iberoamericana de Educación a Distancia (RIED)  Vol 17. No 1 (2014)


Introdução

A avaliação dos ambientes virtuais de aprendizagem, pode ser definida como a
aplicação sistemática de procedimentos para determinar, a relevância, a efetividade e o impacto de determinadas atividades, a partir dos objetivos propostos e com base em critérios pré-definidos (Laguardia, Portela e Vasconcellos, 2007). 

Neste sentido a avaliação não deve apenas ficar restrita à tecnologia, mas deve estenderse à interacção entre os AVA e os utilizadores no processamento da informação num determinado contexto social, pois essa interacção determina como ocorre a  incorporação das tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem (Ammenwerth, Gräber, Herrmann, Bürkle e König, 2003). 

No contexto da presente investigação, e com base nos pressupostos anteriores, pretende-se que a avaliação de AVA possa tomar como base as condições em que a aprendizagem se realiza, os modos pelos quais os estudantes são capazes de interagir sendo apoiados nas suas atividades e o alcance dos objetivos e das metas propostas. Formas qualitativas de avaliação de AVA têm sido comummente usadas por investigadores para reunir informações sobre os AVA (Tobin e Fraser, 1998), nomeadamente através de observação, os estudos etnográficos, as entrevistas e estudos de caso. 

Contudo, a utilização de instrumentos padronizados de avaliação, traz consigo uma outra dimensão de fidelidade e validade estatística que permitem um olhar adicional sobre diversos aspectos relacionados com a avaliação de ambientes de aprendizagem, complementando e enriquecendo as abordagens de carácter mais qualitativo. Nesse sentido, têm sido desenvolvidos e validados em vários países inquéritos por questionário, com o objectivo de recolher informações para avaliação dos ambientes virtuais de aprendizagem. 

Estudos prévios (Jesus, Cruz e Gomes, 2011) debateram já esta problemática e alertaram para a inexistência de um instrumento desta natureza, validado na língua portuguesa.  No presente estudo é abordada a tradução e adaptação da Versão Portuguesa Reduzida do Web Based Learning Envirnoment Inventory (WEBLEI), um instrumento desenhado para a avaliação quantitativa de AVA.

Metodologia

A tradução das 3 escalas do WEBLEI, seguiu a metodologia proposta por Almeida e Freire (2008). O questionário foi construído na plataforma SurveyMonkey® e disponibilizado através de um URL. Mil e trinta e um indivíduos acederam ao questionário, sendo que 694 completaram o preenchimento da primeira escala, 660 completaram o preenchimento de duas escalas e 577 indivíduos, oriundos de diversas instituições de ensino superior portuguesas, preencheram a totalidade do questionário. Em qualquer um dos casos, a amostra foi superior aos 300 indivíduos, estipulados por Almeida e Freire (2008).

Resultados

O estudo da fidelidade foi realizado através da determinação do coeficiente Alfa de Cronbach. Uma boa consistência interna deve exceder um α de 0,80 mas são aceitáveis valores acima de 0,60 quando as escalas têm um número muito baixo de itens (Hill e Hill, 2008; Ribeiro, 1999). 

Uma vez que as três escalas do WEBLEI são independente, o cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach foi efectuado tendo por base os números indivíduos que responderam a todas as questões de cada escala. Os valores do alfa de Cronbach obtido são abonatórios de uma boa consistência interna para as três escalas do WEBLEI. Verifica-se-se ainda que, na totalidade dos casos, o α desce quando os itens são excluídos, o que significa que quando estão presentes melhoram a homogeneidade da escala. Os valores obtidos indicam uma boa consistência interna no processo de tradução adaptação e validação da versão reduzida do WEBLEI para Português, sendo inclusivamente superiores aos relatados no estudo original (Chang e Fisher, 2001).

A análise factorial foi efectuada atendendo ao critério de decisão de Guttman-Kaiser (valores próprios >1.0) e revelou a existência de 5 factores. A análise em componentes principais foi seguida de rotação varimax. Neste caso e considerando os construtos teóricos do questionário original – critério à priori (Hair, Black, Anderson e Tatham, 2007) - foi forçada uma extracção em 3 factores. Os 3 factores retidos explicam 58,11% da variância total. Este valor encontra-se acima dos 50%, considerados necessários por Streiner (1994) e é superior à média de 56,6% encontrada por Peterson (2000).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tal como referido inicialmente, foram objectivos principais deste trabalho, traduzir, adaptar e aferir a validade e fidelidade de uma versão portuguesa reduzida do WEBLEI. Tendo em conta os resultados apresentados neste artigo, as medidas do WEBLEI parecem reflectir os construtos que pretendem medir — o que constitui um indicador de validade de construto. 

Os três construtos obtidos, são os esperados conceptualmente e podem ser claramente identificados como Acesso, Interacção e Estruturação e Design. Em termos de consistência interna, foram igualmente encontrados valores satisfatórios para as três escalas. Verifica-se ainda que, na totalidade dos casos, o α desce quando os itens são excluídos, o que significa que quando estão presentes melhoram a homogeneidade da escala. Também as correlações item-total apresentam valores satisfatórios, contribuindo para uma análise positiva da consistência interna do instrumento. Com base nestes resultados, espera-se que a versão Portuguesa reduzida do WEBLEI, possa constituir um instrumento fiável para a avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem.


Para citar esta entrada:
Jesus, A.; Gomes, M. J.; Cunha, A. Cruz, A. (2014). Validade e fidelidade da versão portuguesa reduzida do web based learning environment inventory. RIED. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, volumen 17, nº 1, pp. 179-199.


Ângelo Jesus; Instituto Politécnico do Porto e Universidade do Minho (Portugal)
Maria João Gomes; Universidade do Minho (Portugal)
Agostinho Cunha, Instituto Politécnico do Porto (Portugal)
Agostinho Cruz Instituto Politécnico do Porto (Portugal)

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